por muito que nos custe aceitar e insensível que pareça, apenas e só o normal desenrolar de um mundo condenado à extinção.
Contudo, nós Adventistas, contemplamos isto com uma visão diferente daquela que normalmente se percebe das notícias e imagens da TV ou das conversas de rua. Embora chocados com tamanha tragédia (e recordo, a propósito, o tsunami no sul da Ásia em 2004), sabemos que tudo isto está mais do que anunciado nos sagrados ensinamentos da Bíblia, com desenvolvimentos mais específicos nas inspiradas páginas do Espírito de Profecia. Então, confirmamos que estamos prestes a assistir às últimas cenas da história terrestre, que, quer queiramos ou não, se aproximam a um ritmo galopante.
Por isso, a reflexão que quero sugerir não tem como motivação as constatações que fazemos ao presenciar estas catástrofes; antes, coloco a seguinte questão: e agora?
Se sabemos o que tudo isto significa, até porque estávamos avisados; se sabemos que perante nós aumenta a urgência do tempo, será que poderemos seguir em frente como dantes, apenas aguardando que nova tragédia surja, eventualmente pior ainda, para novamente recorrer aos nossos textos que anunciaram tais acontecimentos e apresentá-los confirmando o dom profético que Deus nos concedeu? Não haverá algo mais para além dessa importante e válida função?
Claro que sim! Ainda ontem, ao falar com um amigo Pastor, este me dizia que as pessoas começam a perceber muito claramente que os homens são incapazes de apresentar soluções que funcionem. Assim, ao verem também eles como este mundo parece destruir-se cada vez mais, certamente haverá almas que suspiram por algum alívio, por uma mensagem que lhes ensine por que isto sucede e, mais importante ainda, quais as razões para se sentir seguro, por paradoxal que isso pareça. Creio que nestas ocasiões as pessoas ficam mais sensíveis e disponíveis para ouvir.
Caro irmão, os Adventistas do Sétimo Dia têm a responsabilidade de não apenas mostrar e explicar o que sabemos acerca das tragédias naturais, mas também apresentar Jesus como resolução de todos os problemas deste mundo (não apenas naturais, mas todos os outros!)
Assim, temos obrigação de dar um passo mais além da simples constatação da desgraça que cresce ao nosso lado. Devemos abrir as páginas da Escritura e mostrar porque razão ficamos tristes mas não desesperados; abalados, mas não derrotadas; impressionados, mas não convencidos.
Para além da tragédia, existe um mundo inteiro que precisa ser avisado com a maior das mensagens. E, se o fizermos, talvez alguns dos que perecerão na próxima catástrofe que houver (porque haverá mesmo!), tenham sido avisados a tempo, e se tenham preparado convenientemente.
Termino sugerindo que medite bem nestas palavras que a irmã Ellen White deixou em Testemunhos Seletos, v. 3, p. 296:
"Vi uma imensa bola de fogo cair no meio de algumas lindas habitações, destruindo-as imediatamente. Ouvi alguns dizerem: "Sabíamos que os juízos de Deus sobreviriam à Terra, mas não sabíamos que viriam tão cedo." Outros, com acento de voz agoniante, diziam: "Os senhores sabiam! Por que, então, não nos disseram? Nós não sabíamos."
Você já está avisado; agora trate de partilhar com os que o rodeiam, antes que seja tarde demais.
- Filipe Reis Vila Nova de Gaia, Porto, Portugal
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