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Cochonilha



Originário do México, mede de 2 a 5 milímetros de comprimento, é geralmente marrom ou amarelo, e se alimenta parasitando a seiva de cactos e plantas e da umidade ali presente. Dentro da classe dos insetos, as cochonilhas são classificadas na ordem Hemiptera, sendo parentes próximas das cigarrinhas, cigarras e dos pulgões. São conhecidas mais de 67.500 espécies de Hemiptera.

Para defender-se da predação por outros insetos, produz ácido carmínico, que extraído de seu corpo e ovos é utilizado para fazer o corante alimentício que leva seu nome.
No Brasil, a cochonilha é também uma praga de jardim. A primeira evidência de que a planta está infestada é o aparecimento de bolinhas brancas que parecem ser de algodão nos caules, próximos às folhas. Elas sugam a planta, roubando sua seiva, alojando-se principalmente na parte inferior das folhas e dos brotos. As cochonilhas secretam uma substância pegajosa, que deixa as folhas com a aparência de que estão enceradas, e que facilita o ataque de fungos como o fungo fuliginoso. Costuma atrair também as formigas doceiras.
Algumas cochonilhas têm uma casca dura que impede a penetração de inseticidas. Neste caso, é preciso fazer uso de soluções à base de óleo mineral e sabão que, uma vez grudadas à carapaça, impedem que o inseto respire. As melhores alternativas são a Emulsão de Óleo Mineral ou a Calda de Fumo. Caso o controle natural não produza os resultados esperados é necessário a utilização de um inseticida organofosforado.
Seu predador natural é a joaninha, assim como alguns tipos de vespas.

O corante

Usos

O corante de cor vermelho-escura é utilizado em larga escala pela indústria cosmética e alimentícia, emprestando sua cor a biscoitos, geléias, sobremesas, sendo também utilizado em medicamentos e roupas, normalmente especificado como "Corante natural carmim de Cochonilha", C.I. 75470 ou E120 nas composições dos produtos.[1]

História

O corante cochonilha é conhecido e utilizado desde as civilizações asteca e maia. A História relata que onze cidades conquistadas por Montezuma no século XV pagaram-lhe um tributo em forma de dois mil cobertores de algodão e quarenta sacos de corante cada.[2] Durante o período colonial mexicano a produção do corante cochonilha (conhecido por grana fina) cresceu rapidamente. Produzido quase exclusivamente em Oaxaca, por produtores indígenas, a cochonilha se tornou o segundo produto em valor exportado do México, superado apenas pela prata.[3] O corante era consumido em larga escala na Europa e seu valor era tão alto no mercado industrial que seu preço chegou a ser negociado na Bolsa de Mercadorias de Londres e Amsterdam.
Após a Guerra da Independência do México, entre 18101821, o monopólio da produção de cochonilha chegou ao fim. Produções em larga escala começaram a ser feitas na Guatemala e nas Ilhas Canárias. A demanda por cochonilha diminuiu ainda mais quando surgiu no mercado a alizarina, derivada das raízes da garança (Rubia tinctorum), em 1869 e durante o resto do século XIX com os corantes sintéticos. Isto representou um grande choque para a Espanha, já que que diversas fábricas produtoras de corante cochonilha faliram por não conseguirem competir com seu processo praticamente artesanal de cultivo do inseto face à escala industrial dos corantes sintéticos com seus preços em queda devido ao aumento na produção.
Devido à forte concorrência dos produtos industrializados, a produção deste corante praticamente parou durante o século XX e foi mantida apenas com o propósito de manter a tradição indígena mexicana.[4]
Apenas nos últimos anos a cochonilha voltou a ser comercialmente viável[5] ainda que muitos consumidores não sabem do fato que o termo "corante natural" se refira à tinta derivada de um inseto, ou pelo menos ao vermelho-escuro deste.
Uma das razões que trouxeram o corante cochonilha de volta ao mercado é o fato de que ela não é tóxica ou cancerígena como muitos outros corantes vermelhos artificiais. No entanto, há evidências de que um pequeno número de pessoas quando exposta à cochonilha possa ter uma reação de choque anafilático.[6]

Questões Éticas

Organizações de defesa dos direitos dos animais e pessoas adeptas do veganismo criticam a prática de obtenção do corante a partir do inseto cochonilha. Tais grupos alegam que é antiético, cruel e fútil o fato de matar milhões de animais para tal finalidade—é necessário matar cerca de setenta mil insetos para se conseguir cerca de meio quilo de corante. Veganos frequentemente realizam campanhas para divulgar o processo de fabricação do corante carmim, além de promover o boicote aos produtos que o contêm.

Referências

  1. Juliana de Moraes, Sebrae de Santa Catarina. Carmim: corante do sorvete vem de inseto. Página visitada em 24 de Abril de 2007.
  2. Threads In Tyme, LTD. Time line of fabrics. Página visitada em July 14 de 2005.
  3. Jeff Behan. The bug that changed history. Página visitada em June 26 de 2006.
  4. Octavio Hernández. Cochineal. Mexico Desconocido Online. Página visitada em July 15 de 2005.
  5. Canary Islands cochineal producers homepage. Página visitada em July 14 de 2005.
  6. Food & Drug Administration. Listing of Color Additives Exempt From Certification; Food, Drug, and Cosmetic Labeling: Cochineal Extract and Carmine Declaration. Federal Register. Página visitada em June 26 de 2006.
  7. Centro Vegetariano. Cochonilha e Carmim. Página visitada em 22 de Abril de 2009.

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